Diastema constitui-se, dentro da Odontologia Equina, em um espaçamento existente entre os dentes, principalmente entre os molares, ou entre incisivos, embora nestes seja raro (Carmalt & Rach, 2003).
Os diastemas podem ser de origem congênita ou adquirida. Casos congênitos envolvendo espaçamento anormal ou ausência de gemas dentárias adjacentes podem levar à formação de fendas, como nos casos de polidontia ou oligodontia. Rotação ou angulação incorreta dos dentes emergentes dentro de uma arcada também pode resultar em uma condição semelhante.
Diastema adquirido pode resultar de deslocamentos dentários (Robert et al., 2010), coroas fraturadas, perda de dentes e pela remoção prematura de dentes decíduos (Carmalt, 2003). Diastemas podem ser ainda classificados como abertos ou fechados em função do trânsito de alimentos no espaço interdentário. O diastema aberto permite que o alimento penetre e saia do espaço interdentário sem acumulo permanente. No entanto, esse alimento pode permanecer aprisionado, caracterizando o diastema fechado (Carmalt, 2003). A presença de alimento aprisionado dentro do diastema fechado possibilita a proliferação e acúmulo de patógenos. Devido à compactação de matéria orgânica, pode progredir, causando doença periodontal secundária com lise do osso alveolar (Robert et al., 2010). Nessa situação, o processo inflamatório relacionado ao diastema fechado pode apresentar-se doloroso (Collins & Dixon, 2005). Esse problema é subdiagnosticado e pode ser a causa da dor oral em diversos cavalos (Robert et al., 2010).
A correção dos diastemas não fisiológicos fechados nos dentes pré-molares e molares é dada por meio do alargamento mecânico do diastema, sendo uma técnica segura e com bons resultados (Bettiol & Dixon, 2011). Também podem ser tratados por meio da remoção do alimento retido com água e bicarbonato de sódio, sob pressão seguida do fechamento do espaço interdentário pela colocação de material de impressão dentária, impedindo um novo acúmulo de alimento (Greene & Basile, 2002).
No entanto, o tratamento do diastema em equinos por desgaste com a utilização de brocas provoca desconforto mastigatório por alguns dias após realização do procedimento, sendo, portanto, a sequela mais observada (Rucker, 2006). Também podem ocorrer exposição pulpar, e lesão dental por aumento da temperatura durante o desgaste dentário. Esse método apresenta-se eficaz em diversos casos, no entanto, pode exigir novos tratamentos em casos de outras doenças dentárias associadas (Dixon et al., 2008).
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