Adenite Equina: saiba mais sobre essa grave enfermidade

Sobre Adenite Equina

A Adenite Equina, também conhecida como garrotilho, é definida como uma enfermidade infecto-contagiosa, bacteriana, que acomete o trato respiratório superior dos equinos. O termo garrotilho (do espanhol garrotillo: angina grave que produz a morte por sufocação foi incorporado ao português em 1695) (HOUAISS, 2001) refere-se a que os cavalos afetados, mas não tratados, parecem estar sendo estrangulados por garrote devido ao aumento dos linfonodos retro faríngeos e submandibulares que obstruem a faringe.

Existe alguma faixa etária com maior probabilidade de incidência de Adenite Equina?

Equídeos de todas as idades podem ser acometidos por essa doença, embora ela seja mais frequente em animais com menos de cinco anos de idade e, especialmente, em potros (AINSWORTH & BILLER, 2000). Isso se deve ao fato de que aproximadamente 70% dos animais afetados adquirem imunidade, embora alguns possam adoecer mais de uma vez. Ele é caracterizado por uma alta morbidade e baixa mortalidade, apesar de causar complicações tais como Garrotilho bastardo, púrpura hemorrágica, empiema da bolsa gutural e pneumonia aspirativa (SWEENEY, 1993; AINSWORTH& BILLER, 2000)

A bactéria responsável pela inflamação o trato respiratório é a Streptococcus equi, que penetra pela boca ou narinas e adere-se a receptores específicos das tonsilas e linfonodos locais. Em poucas horas, o microrganismo atinge os linfonodos regionais, onde se multiplica no meio extracelular. O peptidoglicano da parede celular ativa o componente C3 do complemento que atrai neutrófilos para o local. A ação antifagocítica da proteína M ocorre pela inibição do fator H do complemento e pela ligação com o fibrinogênio, o que impede o reconhecimento da bactéria como estranha pelo sistema imune do hospedeiro (TIMONEY, 1993). Outros fatores como estreptolisina e estreptoquinase contribuem para a formação dos abscessos. À medida que estes progridem, há formação de edema submandibular devido à obstrução do fluxo de fluido linfático. O processo de destruição de fagócitos atrai outras células inflamatórias que fagocitam algumas bactérias e são destruídas por outras, levando à formação de pus em um processo contínuo que pode ter várias resoluções (BROOKS et al., 2000). Normalmente os animais apresentam linfoadenite, com a formação de abscessos nos linfonodos submandibulares e retrofaringeos.

Como ocorre a transmissão?

A transmissão pode ocorrer de forma direta por meio do contato de animais sadios com os acometidos que apresentem sintomatologia ou com portadores, ou de forma indireta, por meio de materiais e locais que estejam contaminados por secreção. A sintomatologia é caracterizada por secreção nasal e mucopurulenta, posição de pescoço estendido devido ao desconforto local, apatia, tosse, hipertermia, dor a palpação e aumento de volume dos linfonodos.

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Figura 1 – Descarga nasal muco-purulenta. (fonte: www.infovets.com)

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Figura 2 – (fonte: http://medvetpatologia.blogspot.com.br/2015/05/adenite-equina-garrotilho.html)

O diagnostico deve ser realizado pela analise da anamnese e sinais clínicos e pela realização de exames laboratoriais como o PCR, para o isolamento bacteriano.

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Figura 3 – Aspecto da colônia de S. equi. (fonte: fvl.vfu.cz)

Adenite Equina: indicações de tratamento

O tratamento varia de acordo com o estado geral do animal e o grau de acometimento da doença, porem, deve sempre visar a eliminação do patógeno, por meio de antibiótico terapia e a maturação dos abscessos para que eles possam ser drenados.

O controle preventivo deve ser realizado através da limpeza e desinfecção dos materiais com iodóforos a 0,02% e clorexidine a 2%, vacinação dos animais não acometidos e isolamento dos que apresentarem sintomas, por pelo menos, 5 semanas.

As doenças do aparelho respiratório ocupam o segundo lugar entre as doenças limitantes das atividades dos equinos, inferior somente as que afetam o sistema músculo esquelético, produzindo importantes perdas econômicas. O diagnóstico e prevenção das doenças infecciosas nessa espécie adquirem, portanto, especial significação. A detecção precoce de problemas respiratórios é essencial para o rápido retorno dos animais a sua atividade, bem como na prevenção de complicações secundárias que podem encerrar prematuramente a carreira do animal (AINSWORTH & BILLER, 2000).

 

Referencias Bibliográficas:

AINSWORTH, D.M.; BILLER, D.S. Sistema respiratório. In: REED, S.M.; BAYLY, W.M. Medicina interna equina. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. p.229-230

PRESCOTT, J.; WRIGHT, T.B. Strangles in horses. 2000. Ontario – Ministry of Agriculture and Food.

SCHILD, A.L. Infecção por Streptococcus equi. In: RIETCORREA, F. et al. Doenças de ruminantes e eqüinos. São Paulo: Varela, 2001. p.265-269

WELSH, R.D. The significance of Streptococcus zooepidemicus in the horse. Equine Practice, v.6, p.6-16, 1984

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